VÍRUS
UM CASO À PARTE
Visíveis apenas ao microscópio eletrônico, os vírus são
seres extremamente pequenos. Diferem dos demais seres vivos por não apresentar
uma estrutura celular, sendo denominados portanto de seres acelulares. Em sua
constituição, apresentam moléculas de ácidos nucléicos (DNA ou RNA) e
proteínas. Fala-se de vírus de DNA e vírus de RNA.
Devido à simplicidade de sua estrutura, são incapazes de se
reproduzir sozinhos. Sua reprodução depende da estrutura presente nas células.
São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios. Uma vez instalado na
célula, comanda seu metabolismo, e a célula infectada passa a produzir novos
vírus. Devido à sua ação parasitária, são causadores de inúmeras doenças que
afetam vegetais e animais, até mesmo o ser humano.
Estrutura
Viral
Os vírus são constituídos de uma cápsula protéica denominada
capsídeo. O capsídeo envolve e protege as moléculas dos ácidos nucléicos.
As proteínas do capsídeo são específicas para cada tipo de
vírus. Essa especificidade das proteínas permite ao vírus identificar as
células mais adequadas para hospedá-los.
Fonte: Minimanual compacto
de Biologia – Teoria e prática, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001,
editora Rideel, página 86.
REPRODUÇÃO
DOS VÍRUS
A reprodução de um vírus envolve dois aspectos:
multiplicação do material genético e síntese das proteínas do capsídeo. Como
não possuem a maquinaria necessária para realizar nenhum desses processos, os
vírus desenvolveram, ao longo de sua evolução, surpreendentes mecanismos para
subverter o funcionamento da célula hospedeira e se reproduzir à custa do
metabolismo celular. Em geral, eles inibem o funcionamento do material genético
da célula infectada e passam a comandar a síntese (fabricação) de proteínas.
Veremos, a seguir, as estratégias reprodutivas utilizadas
por três tipos de vírus: um bacteriófago, um vírus da gripe e um vírus causador
da aids.
Ciclo
reprodutivo de um bacteriófago
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht3TKDhl6oNPBw8o4_61e3T8Y4f0t47yMMAJW-KBv5qTA0fCxwDKJJJ0B5ajHgrF1DENrjlh5dPiVOpXisMS8Vu5N6UyqAzl0-zN4uNFqZwtvXYcTuVYQms7EuzgM_gnOo2KmP7QGlD8Q/s1600/lisogenico.jpg)
Assim que aderem à bactéria, o vírus perfura a parede e a
membrana da bactéria. Pelo orifício, o DNA viral é injetado no citoplasma
bacteriano, onde seus genes são transcritos e traduzidos em proteínas virais.
Estas, por sua vez, induzem o DNA viral a se multiplicar, ao mesmo tempo que
inibem o funcionamento do cromossomo bacteriano. Em poucos minutos, a bactéria
está totalmente sob controle do vírus.
As “cabeças” e as “caudas” virais são elaboradas
separadamente, e depois se agregam ao DNA para formar vírus completos. Cerca de
30 minutos após a entrada de um único vírus, a célula bacteriana está repleta
de partículas virais. Ocorre, então, o rompimento (ou lise) da bactéria, com
liberação dos novos vírus, aptos a infectar outras bactérias e reiniciar o
ciclo.
Ciclo
reprodutivo do vírus da gripe
Existem dezenas de variedades de vírus de gripe. Em todos
eles, o material hereditário é RNA. A infecção gripal começa quando o vírus
adere à superfície das células hospedeiras, geralmente as que revestem as vias
respiratórias.
A partícula viral penetra inteira no citoplasma, onde seu
capsídeo é digerido por enzimas celulares. O RNA viral, uma vez livre,
multiplica-se e origina moléculas idênticas a eles, as quais farão parte de
novos vírus, e também moléculas de RNA responsáveis pela síntese das proteínas
dos capsídeos.
Os novos vírus, originados pela associação do RNA e das
proteínas virais, libertam-se das células infectadas e podem vir a infectar
células sadias. No caso dos vírus de gripe, as células hospedeiras podem
sobreviver à infecção, embora ocorra morte de uma certa porcentagem das células
infectadas.
Ciclo
reprodutivo do HIV, o vírus da aids
O HIV, sigla inglesa de Human
Immunodeficiency Virus (vírus da imunodeficiência
humana), pertence ao grupo dos retrovírus.
Além de apresentar RNA como material genético, a principal característica dos
vírus desse grupo é a presença de uma enzima, a transcriptase reversa, que catalisa a produção de moléculas de DNA
a partir do RNA viral.
O retrovírus penetra inteiro no citoplasma da célula
hospedeira e, nela, seu RNA liberta-se do capsídeo protéico. Por ação da
transcriptase reversa, a mensagem genética do RNA viral é transcrita para uma molécula de DNA. Esta penetra no núcleo da
célula infectada e incorpora-se a um de seus cromossomos.
Fonte: Fundamentos da
Biologia Moderna, autores Amabis e Martho, segunda edição revisada, 1997,
editora Moderna, páginas 212 e 213.
sr. Rogério Primo o seu artigo poderia ser melhorado através de mais informações sobre o vírus da AIDS/HIV, pois o mesmo, está um tanto quanto escasso, elabore ideias, sobre, por exemplo, a consequência mutagênica do HIV a partir do vírus STLV-III, que em consequência foi convertido no HIV-1 e no HIV-2, e assim por diante...
ResponderExcluirespero ter ajudado, seu amigo, Vitor Lucena.
Ilustre colega, sem dúvidas sua observação é de muita avalia, entretanto devo salientar que a criação desse blog está longe da pretensão de encerrar os assuntos abordados sendo o mesmo criado para alunos do ensino fundamental e médio, tendo como principal objetivo dar uma espécie de “ponta pé” inicial, devendo as informações serem complementadas em sala de aula e com o auxílio de livros didáticos. Dito isso, mais uma vez agradeço imensamente suas observações e em breve abrirei novos posts complementando melhor algumas informações, dentre elas coisas como os vírus de RNA, a Transcriptase reversa e outras, para tanto é de suma importância mais cobranças como essa advindas de leitores do blog. Att.: prof. Rogério Primo.
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