segunda-feira, 24 de março de 2014

A PRIMEIRA LEI DE MENDEL

 A PRIMEIRA LEI DE MENDEL

Mendel realizou todas as suas pesquisas sobre hereditariedade com ervilhas de cheiro (Pisum sativa), escolha que foi uma das razões de seu sucesso com suas pesquisas, pois essa leguminosa apresenta diversas vantagens como fácil cultivo, produção de grande quantidade de sementes, ciclo de vida curto, além de características contrastantes e de fácil identificação. Outro fato que contribuiu para o sucesso das pesquisas de Mendel foi que ele analisou apenas uma característica de cada vez, sem se preocupar com as demais características.

Em seus experimentos, Mendel teve o cuidado de utilizar apenas plantas de linhagens puras, por exemplo, plantas de sementes verdes que só originassem sementes verdes e plantas de sementes amarelas que só originassem sementes amarelas. Você deve estar se perguntando, como Mendel sabia que as plantas eram puras? Pois bem, para que ele tivesse certeza de qual planta era pura, ele as observava durante seis gerações, período de aproximadamente dois anos. Se durante essas gerações as plantas originassem indivíduos diferentes da planta inicial, elas não eram consideradas puras, mas se ocorresse o contrário e elas só originassem descendentes com as mesmas características da planta inicial, eram consideradas puras.  


Uma vez constatado que as plantas eram puras, Mendel escolheu uma característica, por exemplo, plantas puras de sementes amarelas com plantas puras de sementes verdes, e realizou o cruzamento. Essa primeira geração foi chamada de geração parental ou geração P. Como resultado desse cruzamento, Mendel obteve todas as sementes de cor amarela e a essa geração denominou de geração F1. Os indivíduos obtidos nesse cruzamento foram chamados por Mendel de híbridos, pois eles descendiam de pais com características diferentes.

Em seguida, Mendel realizou uma autofecundação entre os indivíduos da geração F1, chamando essa segunda geração de geração F2. Como resultado dessa autofecundação, Mendel obteve três sementes amarelas e uma semente verde (3:1). A partir dos resultados obtidos, Mendel concluiu que como a cor verde não apareceu na geração F1, mas reapareceu na geração F2, as sementes verdes tinham um fator que era recessivo, enquanto as sementes amarelas tinham um fator dominante. Por esse motivo, Mendel chamou as sementes verdes de recessivas e as sementes amarelas de dominantes.

Em diversos outros experimentos, Mendel observou características diferentes na planta, como altura da planta, cor da flor, cor da casca da semente, e notou que em todas elas algumas características sempre se sobressaíam às outras.

Diante desses resultados, Mendel pôde concluir que:

→ Cada ser vivo é único e possui um par de genes para cada característica;

→ As características hereditárias são herdadas metade do pai e metade da mãe;

→ Os genes são transmitidos através dos genes;

→ Os descendentes herdarão apenas um gene de cada característica de seus pais, ou seja, para uma determinada característica, haverá apenas um gene do par, tanto da mãe quanto do pai.

Dessa forma, podemos enunciar a primeira lei de Mendel, também chamada de lei da segregação dos fatores da seguinte forma: “Todas as características de um indivíduo são determinadas por genes que se segregam, separam-se, durante a formação dos gametas, sendo que, assim, pai e mãe transmitem apenas um gene para seus descendentes”.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/biologia/primeira-lei-mendel.htm 
(com alterações)
 

quinta-feira, 20 de março de 2014

REINO FUNGI



REINO FUNGI

Pertencem ao reino Fungi todos os seres conhecidos por bolores, mofos, cogumelos e leveduras.
        

      São organismos unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (bolores e cogumelos), desprovidos de clorofila; são, portanto heterótrofos.

Conseguem desenvolver-se praticamente em todos os ambientes onde haja umidade, matéria orgânica e pouca luz.
 Possuem enzimas altamente ativas que decompõem a matéria orgânica do ambiente. Em função disso, os fungos, juntamente com as bactérias, são os principais decompositores.
         Os fungos pluricelulares são constituídos por longas células em forma de filamentos denominadas hifas. As hifas se entrelaçam formando uma massa contínua com muitos núcleos denominada micélio ou corpo vegetativo.
         As hifas podem ser contínuas, isto é, sem septos (separação) e são denominadas cenocíticas; são multinucleadas. As que apresentam septos, separando o filamento em pedaços, são denominadas septadas.
         Os fungos apresentam digestão extracorpórea. As enzimas digestivas são lançadas sobre a matéria orgânica, iniciando-se o processo de digestão. Em seguida os filamentos absorvem o alimento já digerido.
         A parede celular dos fungos é formada por quitina (mesma proteína que forma nossas unhas). Além de existir decompositores ou saprófitas, existem espécies de vida simbiótica (líquen e micorriza) e de vida parasitária, provocando micoses.
         Os fungos são classificados em:

  •  Mixomicetos – os fungos gelatinosos;

  • Eumicetos (fungos verdadeiros) – dividem-se em diversas classes. As principais são: Ficomicetos, Ascomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos.

MIXOMICETOS
         São considerados fungos simples, formados por uma massa de consistência gelatinosa plurinucleada. Desenvolvem-se normalmente no meio de vegetações, sobre troncos de árvores, galhos e folhas.
         Alimentam-se de bactérias ou partículas orgânicas (não realizam digestão extra corpórea, como os demais fungos). Reproduzem-se sexuadamente por esporos, formando esporângios (produtor de esporos) onde ocorre a meiose.

EUMICETOS
         Ficomicetos ou Zigomicetos: são fungos microscópicos, de organização simples, encontrados no solo, onde realizam decomposição, ou na água, onde formam esporos dotados de flagelos ou zoósporos. Suas hifas são cenocíticas. O exemplo mais comum é o bolor negro do pão. Reprodução sexuada formando esporângios, onde ocorre meiose formando esporos que, ao cair em locais propícios, germinam originando novos micélios.
         Ascomicetos: caracterizam-se por possuir esporos denominados ascóporos, que se desenvolvem no interior de hifas denominadas ascos. Cada asco origina sempre oito ascóporos.
         Entre os ascomicetos, podemos citar a Sacharomyces cerevisiae, importante na produção de bebidas (cerveja, vinho, saquê) e como fermento na fabricação de pães e bolos. Inclui-se nesse grupo o fungo Penicillium notatum, de onde se extrai o antibiótico penicilina. Espécies comestíveis: Morchella e Tuber. A principal forma de reprodução é assexuada por brotamento e por esporos que se formam no interior de hifas. Algumas espécies reproduzem-se sexuadamente.
         Basidiomicetos: são os fungos mais conhecidos (cogumelos). Algumas espécies são comestíveis, como o Agaricus campestres (champignon). Cogumelos tóxicos: Amanita muscaria e Psilocybe, que também produzem substâncias alucinógenas.
             O micélio ou corpo vegetavivo normalmente é subterrâneo; a parte aérea denominada cogumelo constitui o basidiocarpo ou corpo de frutificação.
         A parte superior do basidiocarpo (o chapéu) possui hifas férteis denominadas basídios. Cada basídio, por meiose, produz quatro basiósporos, que, ao serem liberados e caindo em local favorável, germinam originando novos micélios.
         Deuteromicetos: são os chamados fungos imperfeitos por não apresentarem reprodução sexuada.
         A maioria é parasita de animais ou vegetais, por exemplo, a Candida albicans, causadora da micose dos pés. Alguns deuteromicetos são fermentadores e utilizados na produção dos queijos roqueford, camambert e gorgonzola. São responsáveis pelos veios escuros presentes nos queijos citados.
         Algumas espécies são predadoras de nematódeos (vermes microscópios) que vivem no solo. A espécie Aspergillus flavus, que se desenvolve em diversos grãos como amendoim e soja, liberam toxinas denominadas aflotoxinas, de comprovada ação cancerígena.

LÍQUENS E MICORRIZAS
         Vimos no início do capítulo que alguns fungos podem estabelecer associações obrigatórias com outras espécies. Essa associação, em que as duas espécies são beneficiadas, recebe o nome de mutualismo.

         Líquen: associação mutualística entre cianobactérias (algas azuis) ou algas verdes e fungos (em geral ascomicetos).
         As algas fotossintetizam matéria orgânica, alimentando os fungos. Esses, por sua vez, absorvem água e cedem as cianobactérias.
         A reprodução dos líquens é assexuada e se faz por sorédios. Estruturas formadas por um grupo de cianobactérias envolvidas por hifas dos fungos.
         Os sorédios são geralmente transportados pelo vento e se desenvolvem ao alcançar lugar favorável.

         Micorriza: associação mutualística entre fungos (geralmente basidiomicetos) e raízes de plantas. As hifas envolvem determinadas raízes, aumentando a capacidade de absorção de água e sais minerais da planta. A planta, por sua vez, fornece matéria orgânica ao fungo.




Fonte: Minimanual Compacto de Biologia, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001, editora Rideel, páginas 118, 119, 120, 121, 122 e 123, (com alterações). 

segunda-feira, 17 de março de 2014

REINO MONERA



REINO MONERA

         O reino monera se caracteriza por agrupar seres procariontes, unicelulares, microscópicos, sendo representado pelas bactérias.
         As bactérias estão presentes em todos os ambientes: no ar, na água, no solo. Também podem viver isoladas ou em agrupamentos coloniais.




Estrutura bacteriana


         A célula bacteriana apresenta as seguintes partes:

Membrana plasmática: de constituição lipoprotéica e característica semipermeável, normalmente apresentam dobras chamadas “mesossomos”. 

Parede celular: envolvendo a membrana plasmática, as bactérias possuem a parede de consistência rígida, com funções de proteger e dar forma à célula. Algumas bactérias, além da parede celular, apresentam uma “cápsula” de polissacarídeos, de consistência gelatinosa, que funciona como proteção extra, aumentando o poder infectante e até mesmo de resistência a alguns antibióticos. 

Citoplasma: é encontrado no citoplasma bacteriano uma grande quantidade de ribossomos e o material genético.

Reprodução bacteriana

Divisão binária: também chamada de cissiparidade, bipartição ou simplesmente mitose, trata-se de um processo pelo qual ocorre duplicação do material genético e em seguida à citocinese, dando origem a duas células filhas. O poder de reprodução das bactérias é tão rápido que, em questões de horas e em condições favoráveis, uma única bactéria, pode dar origem a milhões de clones.

Conjugação: ocorre união de duas bactérias, em seguida ocorre a passagem de partes do DNA através de pontes citoplasmáticas de uma bactéria para a outra. O DNA transferido é incorporado ao material genético da bactéria receptora que, ao se dividir, origina populações de bactérias com novos caracteres.

Transdução: ocorre com o auxílio de um bacteriófago (vírus especialista em atacar bactérias). O fago, parasitando outra bactéria, poderá efetuar a transferência do DNA bacteriano para a bactéria infectada. No ciclo não-lisogênico (onde a bactéria não “explode”), essa mesma bactéria ao se reproduzir, irá gerar populações com novos caracteres genéticos.

Classificação bacteriana quanto à sua morfologia

         Morfologicamente as bactérias classificam-se em quatro categorias: cocos, bacilos, vibriões e espirilos.

Cocos: de forma esférica, apresentam-se isolados ou formando colônias, com os seguintes agrupamentos: diplococos (aos pares), tétrades (forma quadrada), sarcina (em arranjos cúbicos), estreptococos (dispostos em fileiras), estafilococos (dispostos em cachos).

Bacilos: em forma de bastonetes.

Espirilos ou espiroquetas: filamentos longos e espiralados.

Vibriões: bastões curvos em forma de vírgulas.

Fonte: Minimanual Compacto de Biologia, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001, editora Rideel, páginas 98, 99 e 100, (com alterações). 


VÍRUS UM CASO À PARTE



VÍRUS UM CASO À PARTE

    Visíveis apenas ao microscópio eletrônico, os vírus são seres extremamente pequenos. Diferem dos demais seres vivos por não apresentar uma estrutura celular, sendo denominados portanto de seres acelulares. Em sua constituição, apresentam moléculas de ácidos nucléicos (DNA ou RNA) e proteínas. Fala-se de vírus de DNA e vírus de RNA.

           Devido à simplicidade de sua estrutura, são incapazes de se reproduzir sozinhos. Sua reprodução depende da estrutura presente nas células. São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios. Uma vez instalado na célula, comanda seu metabolismo, e a célula infectada passa a produzir novos vírus. Devido à sua ação parasitária, são causadores de inúmeras doenças que afetam vegetais e animais, até mesmo o ser humano.

Estrutura Viral

         Os vírus são constituídos de uma cápsula protéica denominada capsídeo. O capsídeo envolve e protege as moléculas dos ácidos nucléicos.
             As proteínas do capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. Essa especificidade das proteínas permite ao vírus identificar as células mais adequadas para hospedá-los.

Fonte: Minimanual compacto de Biologia – Teoria e prática, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001, editora Rideel, página 86.

REPRODUÇÃO DOS VÍRUS
        
         A reprodução de um vírus envolve dois aspectos: multiplicação do material genético e síntese das proteínas do capsídeo. Como não possuem a maquinaria necessária para realizar nenhum desses processos, os vírus desenvolveram, ao longo de sua evolução, surpreendentes mecanismos para subverter o funcionamento da célula hospedeira e se reproduzir à custa do metabolismo celular. Em geral, eles inibem o funcionamento do material genético da célula infectada e passam a comandar a síntese (fabricação) de proteínas.
          Veremos, a seguir, as estratégias reprodutivas utilizadas por três tipos de vírus: um bacteriófago, um vírus da gripe e um vírus causador da aids.

Ciclo reprodutivo de um bacteriófago
        
        Bacteriófagos, ou simplesmente fagos, são vírus que se reproduzem no interior das células bacterianas (bactérias). Eles geralmente apresentam uma “cabeça” protéica, na qual fica alojado o material hereditário (DNA, nesse caso), e uma “cauda” mais parecida com patas, também protéica, formada por fibras que aderem à bactéria hospedeira.
         Assim que aderem à bactéria, o vírus perfura a parede e a membrana da bactéria. Pelo orifício, o DNA viral é injetado no citoplasma bacteriano, onde seus genes são transcritos e traduzidos em proteínas virais. Estas, por sua vez, induzem o DNA viral a se multiplicar, ao mesmo tempo que inibem o funcionamento do cromossomo bacteriano. Em poucos minutos, a bactéria está totalmente sob controle do vírus.
      As “cabeças” e as “caudas” virais são elaboradas separadamente, e depois se agregam ao DNA para formar vírus completos. Cerca de 30 minutos após a entrada de um único vírus, a célula bacteriana está repleta de partículas virais. Ocorre, então, o rompimento (ou lise) da bactéria, com liberação dos novos vírus, aptos a infectar outras bactérias e reiniciar o ciclo.

Ciclo reprodutivo do vírus da gripe
          
          Existem dezenas de variedades de vírus de gripe. Em todos eles, o material hereditário é RNA. A infecção gripal começa quando o vírus adere à superfície das células hospedeiras, geralmente as que revestem as vias respiratórias.
         A partícula viral penetra inteira no citoplasma, onde seu capsídeo é digerido por enzimas celulares. O RNA viral, uma vez livre, multiplica-se e origina moléculas idênticas a eles, as quais farão parte de novos vírus, e também moléculas de RNA responsáveis pela síntese das proteínas dos capsídeos.
         Os novos vírus, originados pela associação do RNA e das proteínas virais, libertam-se das células infectadas e podem vir a infectar células sadias. No caso dos vírus de gripe, as células hospedeiras podem sobreviver à infecção, embora ocorra morte de uma certa porcentagem das células infectadas.

Ciclo reprodutivo do HIV, o vírus da aids

         O HIV, sigla inglesa de Human Immunodeficiency Virus (vírus da imunodeficiência humana), pertence ao grupo dos retrovírus. Além de apresentar RNA como material genético, a principal característica dos vírus desse grupo é a presença de uma enzima, a transcriptase reversa, que catalisa a produção de moléculas de DNA a partir do RNA viral. 

         O retrovírus penetra inteiro no citoplasma da célula hospedeira e, nela, seu RNA liberta-se do capsídeo protéico. Por ação da transcriptase reversa, a mensagem genética do RNA viral é transcrita para uma molécula de DNA. Esta penetra no núcleo da célula infectada e incorpora-se a um de seus cromossomos.

Fonte: Fundamentos da Biologia Moderna, autores Amabis e Martho, segunda edição revisada, 1997, editora Moderna, páginas 212 e 213.