segunda-feira, 17 de março de 2014

VÍRUS UM CASO À PARTE



VÍRUS UM CASO À PARTE

    Visíveis apenas ao microscópio eletrônico, os vírus são seres extremamente pequenos. Diferem dos demais seres vivos por não apresentar uma estrutura celular, sendo denominados portanto de seres acelulares. Em sua constituição, apresentam moléculas de ácidos nucléicos (DNA ou RNA) e proteínas. Fala-se de vírus de DNA e vírus de RNA.

           Devido à simplicidade de sua estrutura, são incapazes de se reproduzir sozinhos. Sua reprodução depende da estrutura presente nas células. São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios. Uma vez instalado na célula, comanda seu metabolismo, e a célula infectada passa a produzir novos vírus. Devido à sua ação parasitária, são causadores de inúmeras doenças que afetam vegetais e animais, até mesmo o ser humano.

Estrutura Viral

         Os vírus são constituídos de uma cápsula protéica denominada capsídeo. O capsídeo envolve e protege as moléculas dos ácidos nucléicos.
             As proteínas do capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. Essa especificidade das proteínas permite ao vírus identificar as células mais adequadas para hospedá-los.

Fonte: Minimanual compacto de Biologia – Teoria e prática, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001, editora Rideel, página 86.

REPRODUÇÃO DOS VÍRUS
        
         A reprodução de um vírus envolve dois aspectos: multiplicação do material genético e síntese das proteínas do capsídeo. Como não possuem a maquinaria necessária para realizar nenhum desses processos, os vírus desenvolveram, ao longo de sua evolução, surpreendentes mecanismos para subverter o funcionamento da célula hospedeira e se reproduzir à custa do metabolismo celular. Em geral, eles inibem o funcionamento do material genético da célula infectada e passam a comandar a síntese (fabricação) de proteínas.
          Veremos, a seguir, as estratégias reprodutivas utilizadas por três tipos de vírus: um bacteriófago, um vírus da gripe e um vírus causador da aids.

Ciclo reprodutivo de um bacteriófago
        
        Bacteriófagos, ou simplesmente fagos, são vírus que se reproduzem no interior das células bacterianas (bactérias). Eles geralmente apresentam uma “cabeça” protéica, na qual fica alojado o material hereditário (DNA, nesse caso), e uma “cauda” mais parecida com patas, também protéica, formada por fibras que aderem à bactéria hospedeira.
         Assim que aderem à bactéria, o vírus perfura a parede e a membrana da bactéria. Pelo orifício, o DNA viral é injetado no citoplasma bacteriano, onde seus genes são transcritos e traduzidos em proteínas virais. Estas, por sua vez, induzem o DNA viral a se multiplicar, ao mesmo tempo que inibem o funcionamento do cromossomo bacteriano. Em poucos minutos, a bactéria está totalmente sob controle do vírus.
      As “cabeças” e as “caudas” virais são elaboradas separadamente, e depois se agregam ao DNA para formar vírus completos. Cerca de 30 minutos após a entrada de um único vírus, a célula bacteriana está repleta de partículas virais. Ocorre, então, o rompimento (ou lise) da bactéria, com liberação dos novos vírus, aptos a infectar outras bactérias e reiniciar o ciclo.

Ciclo reprodutivo do vírus da gripe
          
          Existem dezenas de variedades de vírus de gripe. Em todos eles, o material hereditário é RNA. A infecção gripal começa quando o vírus adere à superfície das células hospedeiras, geralmente as que revestem as vias respiratórias.
         A partícula viral penetra inteira no citoplasma, onde seu capsídeo é digerido por enzimas celulares. O RNA viral, uma vez livre, multiplica-se e origina moléculas idênticas a eles, as quais farão parte de novos vírus, e também moléculas de RNA responsáveis pela síntese das proteínas dos capsídeos.
         Os novos vírus, originados pela associação do RNA e das proteínas virais, libertam-se das células infectadas e podem vir a infectar células sadias. No caso dos vírus de gripe, as células hospedeiras podem sobreviver à infecção, embora ocorra morte de uma certa porcentagem das células infectadas.

Ciclo reprodutivo do HIV, o vírus da aids

         O HIV, sigla inglesa de Human Immunodeficiency Virus (vírus da imunodeficiência humana), pertence ao grupo dos retrovírus. Além de apresentar RNA como material genético, a principal característica dos vírus desse grupo é a presença de uma enzima, a transcriptase reversa, que catalisa a produção de moléculas de DNA a partir do RNA viral. 

         O retrovírus penetra inteiro no citoplasma da célula hospedeira e, nela, seu RNA liberta-se do capsídeo protéico. Por ação da transcriptase reversa, a mensagem genética do RNA viral é transcrita para uma molécula de DNA. Esta penetra no núcleo da célula infectada e incorpora-se a um de seus cromossomos.

Fonte: Fundamentos da Biologia Moderna, autores Amabis e Martho, segunda edição revisada, 1997, editora Moderna, páginas 212 e 213.

2 comentários:

  1. sr. Rogério Primo o seu artigo poderia ser melhorado através de mais informações sobre o vírus da AIDS/HIV, pois o mesmo, está um tanto quanto escasso, elabore ideias, sobre, por exemplo, a consequência mutagênica do HIV a partir do vírus STLV-III, que em consequência foi convertido no HIV-1 e no HIV-2, e assim por diante...
    espero ter ajudado, seu amigo, Vitor Lucena.

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    1. Ilustre colega, sem dúvidas sua observação é de muita avalia, entretanto devo salientar que a criação desse blog está longe da pretensão de encerrar os assuntos abordados sendo o mesmo criado para alunos do ensino fundamental e médio, tendo como principal objetivo dar uma espécie de “ponta pé” inicial, devendo as informações serem complementadas em sala de aula e com o auxílio de livros didáticos. Dito isso, mais uma vez agradeço imensamente suas observações e em breve abrirei novos posts complementando melhor algumas informações, dentre elas coisas como os vírus de RNA, a Transcriptase reversa e outras, para tanto é de suma importância mais cobranças como essa advindas de leitores do blog. Att.: prof. Rogério Primo.

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