quinta-feira, 20 de março de 2014

REINO FUNGI



REINO FUNGI

Pertencem ao reino Fungi todos os seres conhecidos por bolores, mofos, cogumelos e leveduras.
        

      São organismos unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (bolores e cogumelos), desprovidos de clorofila; são, portanto heterótrofos.

Conseguem desenvolver-se praticamente em todos os ambientes onde haja umidade, matéria orgânica e pouca luz.
 Possuem enzimas altamente ativas que decompõem a matéria orgânica do ambiente. Em função disso, os fungos, juntamente com as bactérias, são os principais decompositores.
         Os fungos pluricelulares são constituídos por longas células em forma de filamentos denominadas hifas. As hifas se entrelaçam formando uma massa contínua com muitos núcleos denominada micélio ou corpo vegetativo.
         As hifas podem ser contínuas, isto é, sem septos (separação) e são denominadas cenocíticas; são multinucleadas. As que apresentam septos, separando o filamento em pedaços, são denominadas septadas.
         Os fungos apresentam digestão extracorpórea. As enzimas digestivas são lançadas sobre a matéria orgânica, iniciando-se o processo de digestão. Em seguida os filamentos absorvem o alimento já digerido.
         A parede celular dos fungos é formada por quitina (mesma proteína que forma nossas unhas). Além de existir decompositores ou saprófitas, existem espécies de vida simbiótica (líquen e micorriza) e de vida parasitária, provocando micoses.
         Os fungos são classificados em:

  •  Mixomicetos – os fungos gelatinosos;

  • Eumicetos (fungos verdadeiros) – dividem-se em diversas classes. As principais são: Ficomicetos, Ascomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos.

MIXOMICETOS
         São considerados fungos simples, formados por uma massa de consistência gelatinosa plurinucleada. Desenvolvem-se normalmente no meio de vegetações, sobre troncos de árvores, galhos e folhas.
         Alimentam-se de bactérias ou partículas orgânicas (não realizam digestão extra corpórea, como os demais fungos). Reproduzem-se sexuadamente por esporos, formando esporângios (produtor de esporos) onde ocorre a meiose.

EUMICETOS
         Ficomicetos ou Zigomicetos: são fungos microscópicos, de organização simples, encontrados no solo, onde realizam decomposição, ou na água, onde formam esporos dotados de flagelos ou zoósporos. Suas hifas são cenocíticas. O exemplo mais comum é o bolor negro do pão. Reprodução sexuada formando esporângios, onde ocorre meiose formando esporos que, ao cair em locais propícios, germinam originando novos micélios.
         Ascomicetos: caracterizam-se por possuir esporos denominados ascóporos, que se desenvolvem no interior de hifas denominadas ascos. Cada asco origina sempre oito ascóporos.
         Entre os ascomicetos, podemos citar a Sacharomyces cerevisiae, importante na produção de bebidas (cerveja, vinho, saquê) e como fermento na fabricação de pães e bolos. Inclui-se nesse grupo o fungo Penicillium notatum, de onde se extrai o antibiótico penicilina. Espécies comestíveis: Morchella e Tuber. A principal forma de reprodução é assexuada por brotamento e por esporos que se formam no interior de hifas. Algumas espécies reproduzem-se sexuadamente.
         Basidiomicetos: são os fungos mais conhecidos (cogumelos). Algumas espécies são comestíveis, como o Agaricus campestres (champignon). Cogumelos tóxicos: Amanita muscaria e Psilocybe, que também produzem substâncias alucinógenas.
             O micélio ou corpo vegetavivo normalmente é subterrâneo; a parte aérea denominada cogumelo constitui o basidiocarpo ou corpo de frutificação.
         A parte superior do basidiocarpo (o chapéu) possui hifas férteis denominadas basídios. Cada basídio, por meiose, produz quatro basiósporos, que, ao serem liberados e caindo em local favorável, germinam originando novos micélios.
         Deuteromicetos: são os chamados fungos imperfeitos por não apresentarem reprodução sexuada.
         A maioria é parasita de animais ou vegetais, por exemplo, a Candida albicans, causadora da micose dos pés. Alguns deuteromicetos são fermentadores e utilizados na produção dos queijos roqueford, camambert e gorgonzola. São responsáveis pelos veios escuros presentes nos queijos citados.
         Algumas espécies são predadoras de nematódeos (vermes microscópios) que vivem no solo. A espécie Aspergillus flavus, que se desenvolve em diversos grãos como amendoim e soja, liberam toxinas denominadas aflotoxinas, de comprovada ação cancerígena.

LÍQUENS E MICORRIZAS
         Vimos no início do capítulo que alguns fungos podem estabelecer associações obrigatórias com outras espécies. Essa associação, em que as duas espécies são beneficiadas, recebe o nome de mutualismo.

         Líquen: associação mutualística entre cianobactérias (algas azuis) ou algas verdes e fungos (em geral ascomicetos).
         As algas fotossintetizam matéria orgânica, alimentando os fungos. Esses, por sua vez, absorvem água e cedem as cianobactérias.
         A reprodução dos líquens é assexuada e se faz por sorédios. Estruturas formadas por um grupo de cianobactérias envolvidas por hifas dos fungos.
         Os sorédios são geralmente transportados pelo vento e se desenvolvem ao alcançar lugar favorável.

         Micorriza: associação mutualística entre fungos (geralmente basidiomicetos) e raízes de plantas. As hifas envolvem determinadas raízes, aumentando a capacidade de absorção de água e sais minerais da planta. A planta, por sua vez, fornece matéria orgânica ao fungo.




Fonte: Minimanual Compacto de Biologia, autora Cleusa Boschilia, primeira edição, 2001, editora Rideel, páginas 118, 119, 120, 121, 122 e 123, (com alterações). 

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